Rooibos, o desconhecido tesouro africano
No vasto universo das infusões existe um tesouro valioso que merece nossa atenção, seu nome científico é Aspalathus Linearis, mas costumamos chamá-lo de Rooibos. Originário
O seu Sommelier de Chá.
A Cerimônia do Chá desperta a curiosidade pelo seu ritual e pela oportunidade de reunir convidados e colocar em prática a arte de receber as pessoas.
Existem muitos aspectos que são transmitidos em gestos, que se assemelham a um balé, utensílios, objetos e sentimentos durante o Chadô, o Caminho do Chá, como também é conhecida esta Cerimônia, que tem o Japão como seu berço.
Neste artigo, compartilhamos aspectos desta prática de muito encantamento, que proporciona momentos únicos, preenchidos de amizade, respeito e equilíbrio.
Com quase 5.000 anos de existência, o chá, originário da planta Camellia sinensis, está relacionado à história, saúde, artes e cerimônias.
Estas cerimônias variam de acordo com regiões, como o Japão, China e Inglaterra, incorporando aspectos de distintas culturas e crenças.
O Chadô (transliteração também grafada como Chá Dō ou Sado) significa “o caminho do chá”. O Chanoyu significa “água quente para o chá”. Ambos são termos para denominar a tradição japonesa da Cerimônia do Chá, com influências do Zen Budismo.
O objetivo principal da Cerimônia do Chá é criar uma atmosfera especial para apreciá-lo, dispensando o máximo acolhimento aos convidados, com toda atenção e coração.
É uma arte com foco na hospitalidade e na interação, com todos os atos voltados a eliminar qualquer ruído que perturbe a mente, acalmando o espírito.
Um momento pautado no caminho da conexão e da evolução espiritual que se baseia nos princípios da harmonia, respeito, pureza e tranquilidade.
Em linhas gerais, há dois tipos de Cerimônia do Chá: o Chakai (茶会) e o Chaji (茶事).
O Chakai são os encontros mais informais, conhecidos como reunião de chá.
O Chaji são os encontros mais formais, elaborados, que podem durar até 4 horas, considerados o ápice da hospitalidade.
No ato de oferecer o chá, é compartilhado não somente uma bebida, mas aspectos históricos, morais, estéticos, filosóficos e, também, o exercício da disciplina e das relações sociais.
No Chadô é servido o matcha, um chá verde em pó, com características especiais.
Dentre elas, a Camellia sinensis é colocada à sombra de 30 a 45 dias antes da colheita, para estimular a produção de clorofila, antioxidantes e o tom verde da planta, sendo colhida à mão.
Para consumo diário. É fino, suave, usado em cerimônias menos formais.
Mais espesso e forte. Usado nas cerimônias mais formais e tradicionalmente originário de Uji, no Japão.
Utilizado como ingrediente em diversas receitas, mas não em cerimônias.
Alguns dos utensílios utilizados ao longo da cerimônia são: um recipiente para armazenar o chá (Chaire), uma a colherzinha de bambu (Chashaku), uma tigela (Chawan) e um agitador de bambu (Chasen).
Como Japão e China viviam uma relação cultural muito próxima entre os séculos 7 e 9, era comum monges budistas japoneses serem enviados à China e ali permanecerem estudando e depois voltarem para casa.
E foi assim que se deu a chegada da Camellia sinensis, no Japão. Um desses monges, voltando da China, levou o chá como presente ao Imperador japonês, em torno de 729 d.C.
A partir disso, o chá começou a ser consumido no Japão. Mas por ser raro e não dominar a técnica de plantio, colheita e produção, somente nobres e monges tinham acesso e o privilégio de tomar a bebida.
Mais tarde, o monge zen Eisai (1141-1215), também retornando ao Japão após ter estudado na China, levou o matcha.
Foi nesta época que as plantações de Camellia sinensis floresceram no Japão, permitindo que o chá se tornasse popular.
Porém, foi com Sen Rikyu (1522-1591) que a prática do Chadô foi estruturada como uma forma de demonstrar respeito e prazer em receber convidados.
Desde então, a cerimônia sofreu modificações e assumiu formas diferentes, dependendo da escola que a praticava, como por exemplo a Urasenke, a Omotesenke e a Mushakojisenke.
Segundo o Kojien, um importante dicionário japonês, a palavra Omotenashi significa a atitude de bem receber, a hospitalidade e a cortesia.
É explicado como um gesto que não tem frente nem verso (omote, frente e nashi, sem).
Em outras palavras, uma atitude transparente em que não se espera nada em troca.
Pensar em cada detalhe, aliado ao desejo de fazer o outro feliz, demonstra bem o espírito do Chadô.
Tudo é planejado para perpetuar este evento na memória daqueles que dele participam.
“O anfitrião, ao organizar uma reunião de chá, tem em mente acolher seus convidados, fazendo deste encontro um momento único (ichigo ichie – um encontro, uma oportunidade). Assim, elabora um tema e concebe uma combinação de utensílios e flores da temporada.” (In: Chadô – Introdução ao caminho da Cerimônia do Chá, 2003).
Recebemos, no nosso canal do YouTube, Valderson Sôchi de Souza, que compartilhou conosco uma das muitas formas existentes da Cerimônia do Chá, para iniciarmos nossa jornada.
Valderson é professor graduado do Centro de Chadô Urasenke do Brasil, em São Paulo, escola que ensina e pratica o Chadô.
Nesta aula, Valderson demonstrou o Chakai, uma Cerimônia mais simples, mas que igualmente busca desfrutar o chá com respeito mútuo, dando àquele com quem você vai se encontrar, toda a atenção.
Assista e compartilhe com a gente o que achou!
Ainda que você não conheça os movimentos e a etiqueta da Cerimônia do Chá, convidar pessoas queridas para apreciá-lo, compartilhando comidinhas preparadas com afeto, regadas a um bom bate papo, é algo que pode ser feito em qualquer lugar e com muito prazer.
Porém a reverência aos seus convidados e a este momento, serão um diferencial para torná-lo especial e inesquecível, por mais simples que seja.
Aproveite e confira mais sobre a Camellia sinensis e aprenda também várias receitas com chá que vão trazer alegria ao seu paladar e para seus convidados.
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