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Blog Chá Dō

Etimologicamente, o chá refere-se exclusivamente à planta Camellia sinensis.

Sua origem vem da China e uma de suas lendas é que teria sido descoberto ao acaso, por volta de 2750 a.C., pelo famoso imperador chinês Shennong.

Ilustração de uma das lendas da Camellia sinensis.
Ilustração de uma das lendas da Camellia sinensis. Fonte: TED

A descoberta da Camellia sinensis

Na época das Grandes Navegações, os portugueses, à procura de especiarias, tiveram o seu primeiro contato com a planta Camellia sinensis ao desembarcarem na China.

Ficaram apaixonados pela bebida feita a partir da infusão das folhas de chá e, então, estabeleceram uma rota de comércio entre China e Portugal, pelo Porto de Macau.

O Brasil havia sido descoberto há pouco tempo por Portugal (em 1500), que começava a vislumbrar a ideia de cultivá-la.

Após perceber o potencial agronômico das terras brasileiras, a realeza portuguesa criou uma corte junto a Dom João IV, para estudar sobre o seu cultivo.

Foto: Tea Map Of The World – Livro All About Tea

A chegada no Brasil

Aproximadamente em 1810, chegaram no porto da Bahia as primeiras mudas de Camellia sinensis, algumas sementes e mão de obra chinesa.

O destino final foi o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Lá os estudos e testes de adaptação da planta foram realizados, projeto comandado pelo diretor Frei Leandro do Sacramento, que além de religioso, era também um botânico.

Em 1822, foi constatado que já se contabilizavam 6 mil pés de chá no Brasil, possibilitando 3 colheitas por ano.

Litografia do Jardim Botânico a partir de gravura de P. G. Bertichem, Rio de Janeiro, 1856

Em 1825, o Tenente-Coronel José Arouche de Toledo Rendon começou o cultivo em São Paulo.

Enquanto no Rio de Janeiro havia 6 mil pés, em São Paulo chegou-se a ter 44 mil pés.

O Viaduto do Chá, localizado em São Paulo, recebeu este nome em homenagem à extensa plantação de chá que havia na região.

Plantações de chá e agrião em 1910 no Vale do Anhangabaú – Acervo Fundação Energia e Saneamento

O declínio das plantações

Apesar do grande sucesso no cultivo, em 1829 o Frei Leandro do Sacramento faleceu, levando consigo toda a sua paixão e estudo.

Em 1840, a planta chegou a Minas Gerais, na região de Ouro Preto.

Porém, após a Abolição dos Escravos (em 1888), houve o declínio da teicultura no Brasil, com forte impacto pela falta de mão de obra especializada.

Observamos, a partir daí, o foco nas plantações de café, o desenvolvimento da mineração e o crescimento das cidades.

A Era de Ouro

Em 1908 teve início a Imigração Japonesa no Brasil, para suprir a falta de mão de obra nas lavouras de café.

Torazo Okamoto, um destes imigrantes, reiniciou o cultivo de chá na região do Vale do Ribeira, em São Paulo.

Naquela época, havia a ideia de que a Camellia sinensis da variação chinesa (var. sinensis) produzia somente chá verde, e a indiana (var. assamica) somente preto.

O chá preto estava em ascensão no Brasil, porém, só haviam cultivado em terras brasileiras a espécie vinda da China.

Em uma de suas idas ao Japão, Torazo desembarcou no Ceilão (atual Sri Lanka), região onde havia plantações da espécie indiana, e pegou algumas sementes de chá.

Como não era permitido embarcar nos navios com sementes, Torazo as escondeu dentro de um pão em sua bagagem.

Apesar dos trâmites legais para desembarcar, Torazo iniciou a plantação de Camellia sinensis indiana, a primeira no país, cujo tamanho e rendimento são maiores que a variação chinesa.

O chazal de Torazo Okamoto, no Vale do Ribeira – Acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa, Registro-SP

Houve um grande aumento no número de plantações na região. No ápice, o Vale do Ribeira chegou a ter aproximadamente 45 fábricas, em Registro.

Com o grande desenvolvimento na produção, surgiu o chá de saquinho, possibilitando a expansão no consumo, devido a sua comodidade.

Apesar das folhas mais quebradas ou em tamanho menores, necessárias ao formato deste tipo de infusor, o que reduzia a qualidade da bebida em suas primeiras versões, o advento do saquinho foi um divisor de águas.

Pela facilidade, ele ajudava o consumidor a fazer uma xícara de chá, obtendo uma boa infusão para os padrões da época.

Esta nova forma de infusão fomentou a bebida no Brasil, alavancando a indústria, inclusive as exportações, que viveu uma época de bonança de 1950 até a década de 90.

Hoje, o sachê de chá piramidal é uma inovação, permitindo uma primorosa seleção de ingredientes e oferecendo mais espaço para as folhas se hidratarem e expandirem, levando à xícara de chá dos tea lovers uma bebida premium, com toda praticidade.

Exemplo de chá em sachê comum.
Exemplo de chá em sachê piramidal.

O tradicional sachê de chá e o moderno sachê piramidal.

O fim da Era de Ouro

A partir da década de 90 a indústria começou a perceber um acúmulo de problemas, dentre eles econômicos, políticos e sociais, causando o declínio da produção no país.

O Plano Collor, em março de 1990, determinou o bloqueio de poupanças e fez despencar a bolsa de valores, causando pânico entre os investidores.

A equiparação do Real ao Dólar, para estabilizar a economia do país, recém-saída de uma hiperinflação, encareceu as exportações.

Todo este entorno, somado à falta de investimento nas fábricas, fez com que o chá brasileiro perdesse competitividade e a indústria viu a demanda minguar.

Das 45 fábricas existentes no Vale do Ribeira, todas encerraram suas atividades, com exceção de uma que se manteve aberta até os dias de hoje: a Amaya Chás.

Chazal da Fazenda Amaya – Registo, Vale do Ribeira, SP.

Com isso, o Brasil começou a importar dois produtos vindos da Europa: os chás especiais, chamados de chás gourmet, oriundos da Camellia sinensis e os blends, mistura de chá ou tisanas, com frutas, flores, ervas ou especiarias, por exemplo.

A retomada

Nos anos 2000, lojas físicas, instituições de ensino e e-commerce começaram a aparecer e reativar a teicultura no Brasil.

Em 2014, as plantações no Brasil voltaram a ganhar força, reativando a memória afetiva dos apreciadores desta planta que transcende anos de história.

Desde então, o interesse e a popularidade do chá, no Brasil, tem crescido de forma substancial.

Em 2020, por exemplo, a busca no Google pelo termo “chá” foi 50% maior do que pelo “café”.

O consumo de chá no Brasil aumentou 25% entre 2013 e 2018, o dobro do crescimento global no mesmo período. Projeções indicam o mesmo crescimento entre 2019 a 2024.

Chazal da Yamamotoyama Brasil
Chazal da Yamamotoyama Brasil. Créditos: Yamamotoyama.

Muito deste incremento é pela busca de um estilo de vida mais saudável e conexão social e intrapessoal, encontrados no chá e em bebidas que o tem como base, como a kombucha.

Os chás brasileiros

Hoje, no Brasil, contamos com quatro principais fornecedores de chá: a Amaya Chás, o Sítio Shimada, o Sítio Yamamaru e a Yamamotoyama do Brasil.

Uma riqueza de sabores, aromas e benefícios para a saúde, com qualidade premium, que você encontra no Chá Dō.

São vários tipos de chá de altíssima qualidade, como o chá verde, chá verde em pó, chá preto, chá branco, chá oolong e blend, com opções de produção orgânica, artesanal, ou industrial.

O Chá Dō também possui opções de acessórios para chá como bule com infusor de chá inox, chaleira, copo, caneca com infusor, garrafa com infusor e balança digital.

Tudo lindo e prático para tornar o seu momento do chá uma experiência ainda mais completa.

Chá Preto Masala Chai servido gelado em uma caneca de vidro da Chá Dō.

Venha conferir e apreciar esta cultura milenar!

Confira, no vídeo a seguir, a live do Chá Dō com a Yuri Hayashi, fundadora da Escola de Chá Embahú, que nos contou sobre esta magnífica história. À ela, nossos sinceros agradecimentos!

https://www.youtube.com/watch?v=9VLRiswVSw4&list=PLOUC3uhdhhro_cOv9s7ft6PqVPIF91qFC&index=4

Conheça a nova coleção da Chá Dō em sachê piramidal, para todos os momentos do dia!

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