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Ao longo dos séculos, muitas mulheres deixaram sua marca na história do chá, popularizando esta bebida milenar no mundo. Veja aqui, quantas delas você conhece!
A planta do chá, a Camellia sinensis, foi descoberta na China em 2.750 a.C. e tornou-se a segunda bebida mais consumida no mundo, atrás apenas da água.
Conheça algumas mulheres fundamentais na história do chá, na sua difusão e até em revoluções.
Catarina de Bragança foi uma princesa portuguesa, que se casou com o Rei Carlos II da Inglaterra, em 1662, para consolidar a aliança entre os países.
Ao chegar na corte inglesa, trouxe consigo um costume que era muito popular em Portugal: tomar chá.
Catarina era uma grande apreciadora da bebida, consumida pelos portugueses desde o século XVI, quando começaram a importar a planta Camellia sinensis da China.
Com o tempo, o hábito se popularizou na Inglaterra e a bebida se tornou uma das mais consumidas no país.
Penelope Barker foi uma americana do século XVIII, que se tornou famosa por ser a primeira mulher a liderar um protesto, conhecido como The Edenton Tea Party, em 1774.
Neste evento, mulheres de Edenton, na Carolina do Norte, assinaram uma petição boicotando o chá e outros produtos britânicos, em protesto contra a Lei do Selo Britânico.
A petição foi uma das primeiras formas de protesto político liderado por mulheres na história dos Estados Unidos e ajudou a impulsionar o movimento de independência americano.
Barker também foi uma defensora dos direitos das mulheres e da educação feminina.
Anna Maria Russell tornou-se a 7ª Duquesa de Bedford, em 1808.
Ficou famosa por ter criado o costume do chá da tarde, também conhecido como o chá das cinco, na Inglaterra.
A Duquesa de Bedford frequentemente sentia fome antes da principal refeição do dia, o jantar, e começou a pedir que seus criados lhe servissem uma xícara de chá quente e alguns lanches no meio da tarde.
Essa rotina se tornou um hábito regular e a Duquesa começou a convidar suas amigas para se juntarem a ela. O costume logo se espalhou pela alta sociedade inglesa, tornando-se uma tradição na cultura britânica e em outras partes do mundo.
Catherine Cranston foi uma empresária escocesa que ficou famosa por sua cadeia de casas de chá em Glasgow, no início do século XX.
Em 1878, ela abriu seu primeiro estabelecimento, o Tea Rooms of Miss Cranston, na Buchanan Street, se tornando imediatamente popular entre os moradores da região. Cranston ficou conhecida por sua visão inovadora, criando um ambiente social seguro e acolhedor para as mulheres, em uma época em que elas eram excluídas da vida pública.
Após a 1ª Guerra Mundial, a maioria das casas foram fechadas, mas algumas unidades foram restauradas e ainda estão em funcionamento. O rosto de Catherine Cranston estampa a nota de 20 libras escocesas. Ela é a única mulher a estampar uma nota em circulação, além da Rainha Elizabeth, do Reino Unido.
Michiyo Tsujimura tornou-se uma renomada produtora e especialista em chá verde no Japão, reconhecida por sua habilidade no cultivo de alta qualidade.
Ela se especializou em técnicas de produção, incluindo a forma de colher e processar as folhas da Camellia sinensis, para criar um sabor e aroma únicos.
Foi a primeira mulher a conquistar um doutorado em agricultura no Japão, em 1932, recebendo vários prêmios por sua produção de alta qualidade. Também se tornou uma defensora da bebida como saudável e sustentável, promovendo seus benefícios para a saúde e o meio ambiente.
Ruth Campbell Bigelow cresceu em uma família apaixonada pelo chá.
Em 1939 ela e seu marido começaram seu próprio negócio, a Bigelow Tea Company, em Manhattan. Em 1945, Ruth criou os primeiros blends de chá na cozinha de sua casa, tornando-se a primeira tea blender.
Durante uma dessas experiências, Ruth inventou o “Constant Comment”, utilizando chá preto, cascas de laranja e especiarias.
Eles distribuíram amostras da mescla e a resposta foi tão positiva que começaram a produzi-la em larga escala, sendo comercializada até hoje. Hoje, a Bigelow Tea Company ainda é uma empresa familiar e uma das maiores empresas de chá dos Estados Unidos.
Jane Pettigrew é uma das principais especialistas em chá do mundo e fundadora da Escola de Chá de Londres.
Começou sua carreira na área em 1983, quando abriu sua própria loja de chá em Londres, chamada “Tea and Company”.
Jane também é autora de diversos livros, como “World of Tea”, A Social History of Tea”, “The New Tea Companion” e “Afternoon Tea”. Sua contribuição para esta indústria foi laureada com diversas premiações, incluindo o prêmio de Lifetime Achievement Award, concedido pela UK Tea and Infusions Association, em 2016.
Ume Shimada, conhecida como Obaatian, é brasileira descendente de imigrantes japoneses que aqui chegaram no início do século XX.
Seus pais trabalhavam nas plantações de chá do Vale do Ribeira, que na década de 30 chegou a ter 600 produtores e cerca de 40 indústrias de chá.
Devido à crise econômica e à grande concorrência internacional, na década de 90, praticamente todas as fábricas no Brasil encerraram suas atividades. Porém, Ume lutou para que o chazal da família não fosse abandonado.
Em 2014, o Sítio Shimada retomou a produção do chá preto, liderado pela Obaatian aos 87 anos.
Hoje, com a supervisão da sua filha e Tea Master Teresinha Shimada, o Sítio Shimada produz o raro chá branco Silver Needle, o preto, o verde, e o exclusivo chá preto defumado.
A gaúcha Carla Saueressig começou sua história fundando a primeira loja de chá do Brasil, em 1996, em Porto Alegre.
Era uma franquia da TeeGschwendner, premiada marca alemã. Se especializou tornando-se a primeira sommeliére de chá e tea blender do Brasil, além de uma grande referência gastronômica em harmonização, infusões e erva-mate.
É coordenadora e professora do 1º curso de sommelier de chá e erva-mate do Brasil e criou mais de 100 blends, premiados internacionalmente. Com mais de três décadas de dedicação ao tema, hoje Carla dá consultorias, palestras e aulas, é colunista na revista Prazeres da Mesa e presidente da Associação Brasileira do Chá (ABChá).
Carla & Carol são sommelières de chá, tea baristas e empresárias.
Juntas fundaram a Blue Dog Revolution, empresa de ice tea no Rio de Janeiro, e a Chá Pra Quê?! Escola Brasileira de Profissionais e Empreendedores do Chá. A Chá Pra Quê é a maior escola de chá com presença digital em todo Brasil, formando sommeliers, tea baristas, tea blenders, empreendedores e milhares de tea lovers.
Já ajudaram a criar mais de 50 empresas no segmento e são instrumentais no movimento para fomentar a teicultura no Brasil.
Aqui apresentamos algumas mulheres que tiveram um papel fundamental na história desta bebida milenar, marcante na cultura e economia de muitos países.
Elas foram responsáveis por popularizar a bebida, criar novos sabores, desenvolver técnicas de produção e criar tradições que cercam o chá até os dias de hoje.
No Brasil há muitas mulheres empreendedoras neste segmento, e para cada uma delas, nossos aplausos e admiração!
Para homenagear aos que lutam por um mundo mais inclusivo e harmonioso, nossa linha de acessórios para chá leva nomes de mulheres fortes e reconhecidas por seus feitos.
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